sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

São João da Cruz sobre a a Porta que introduz nos "tesouros da sabedoria e da ciência de Deus" (Rm 11,33)

 "A profundidade da sabedoria e da ciência de Deus é imensa, a tal ponto que a alma, ainda que numa certa medida lhe reconheça as maravilhas, pode sempre penetrar ainda mais longe. 

Perante estas riquezas incalculáveis, São Paulo lançava este grito de admiração: 
«Oh, profundidade dos tesouros da sabedoria e da ciência de Deus! Como são incompreensíveis os seus juízos e impenetráveis os seus caminhos!» (Rm 11,33).


A alma deseja ardentemente mergulhar cada dia mais nestas divinas profundezas, neste abismo imperscrutável dos juízos e dos caminhos de Deus; conhecê-los é um gozo inestimável que ultrapassa qualquer sentimento... 

Oh! se se compreendesse como é impossível... possuir estes imensos tesouros sem passar pelo sofrimento! Com que ardor a alma desejaria a graça de sofrer a cruz! Com que consolação, com que alegria a acolheria para poder entrar nos segredos dessa sabedoria divina! ... 
Porque a porta que introduz nos tesouros da sabedoria é tanto mais estreita (Mt 7,13) quanto não é outra senão a própria cruz. Um grande número de almas, é certo, aspira a gozar das delícias que ela nos dá; mas bem poucas há que desejem passar pela única porta que aí conduz." 

Do Livro "Cântico Espiritual", de Nosso Santo Padre, São João da Cruz, Carmelita descalço, Doutor da Igreja.
 

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