sábado, 18 de janeiro de 2020

19/01/20 - LITURGIA DOMINGO II DO TEMPO COMUM

Jan 19, 2020 | Ano A


O Evangelho de S. João, diferente dos Sinópticos, não contém a narração do Batismo de Jesus, que nós celebramos no Domingo passado. Mas apresenta a atividade de João Batista nas margens do Jordão, onde ele batizava. Para o evangelista S. João, João Batista é uma testemunha privilegiada do Messias. Ele apresentou Jesus como o Filho de Deus, que tira o pecado do mundo, que devolve a este mundo o ideal da criação a fim de que ele seja a casa comum de toda a humanidade.

1. As dúvidas levantadas por João

– O enquadramento da passagem do Evangelho que hoje escutamos mostra-nos que, em Jerusalém, a agitação deveria ser grande, e a causa estava na popularidade de João Batista: as autoridades de Jerusalém enviaram sacerdotes e levitas para saber se João era realmente o Messias (ver Jo 1,19-23)…

– Na mesma ocasião, João Batista diz que já está alguém no meio deles, que não conheciam, aquele de quem tinha falado que viria depois dele, e a “quem não era digno de desatar as correias das sandálias” (vv.26-28)…

– As ditas autoridades de Jerusalém estariam preocupadas com o aparecimento de personagens que mobilizassem o povo e questionassem o seu poder… Pois, João Batista dá uma resposta clara: já está aí, está no meio de vós aquele de quem fala o profeta Isaías e todos os outros no passado, o que “é a luz das nações para que a salvação chegue até aos confins da terra”…

– Pode dizer-se que João Batista é “a primeira testemunha sobre Jesus” (ver Jo 1,15; várias vezes aparece este termo ao longo do capítulo…). Depois há outros testemunhos a seguir: André e Simão Pedro, Filipe e Natanael (Jo 1,35-51)…

2. Qual é o testemunho de João?

– Em primeiro lugar diz que é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”… Dizer isto no contexto da sua atividade baptismal, e acrescentar que “foi para ele se manifestar a Israel que ele veio baptizar”, é o melhor testemunho porque é dito por alguém que “tinha muita gente atrás dele a pensar que ele era o Messias”…

– O cordeiro é uma imagem (ao lado da do servo do profeta Isaías), que simboliza a entrega voluntária de Jesus… Depois de morto, o cordeiro é glorificado (Ap 5,6) mas, primeiro, entregou-se à morte pelos pecadores…

– O cordeiro, como o servo, evocam o modo como Jesus nos libertou, tudo ao contrário dos modelos mais comuns da nossa sociedade onde reina o domínio, a competitividade, a prepotência, o acumular, guardar, impor…

– Depois João diz que “viu o Espírito santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre ele”. O Evangelho de João não diz que João batista baptiza Jesus nem que houvesse até um conhecimento anterior… Mas, todos os sinais indicam a João que Aquele é que é o Filho de Deus…

– O testemunho de João é um convite aos homens de todas as épocas para reconhecer que em Jesus está a plenitude de vida (o Espírito) e que é n’Ele que somos libertos de toda a opressão (o pecado do mundo) pela via da entrega e do serviço.

ALiturgia



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