quinta-feira, 27 de junho de 2019

Lectio Divina - 27/06/2019 - Tempo Comum

Lectio Divina


Quinta-feira, 27 Junho 2019

Tempo Comum





1) Oração inicial
Conceda-nos viver sempre, Senhor, no amor e respeito ao teu santo nome, porque nunca deixas de dirigir aqueles que defines no sólido fundamento do teu amor. Por nosso Senhor.

2) Leitura
Do Santo Evangelho de acordo com Mateus 7,21-29:
"Nem todo o que me disser: 'Senhor, Senhor', entrará no reino dos céus, mas sim aquele que fizer a vontade do meu pai que está nos céus. Muitos me dirão aquele dia: 'Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, e em teu nome expulsamos demônios, e em teu nome fizemos muitos milagres?'. E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Reti­rai-vos de mim, operários maus! Assim, todo aquele que ouvir estas minhas palavras e as colocar em prática, será como o homem prudente que edificou a sua casa na rocha: caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos e investiram contra aquela casa. Ela, porém, não caiu porque estava edificada na rocha. E todo aquele que ouvir estas palavras minhas e não as colocar em prática, será como o homem insensato que edificou a sua casa sobre areia: caiu a chuva, vieram as enchentes, sopraram os ventos, investiram contra aquela casa. Ela caiu e grande foi a sua ruína. Quando Jesus terminou o discurso, a multidão ficou impressionada com a sua doutrina.Com efeito, ele a ensinava como quem tinha autoridade e não como os seus escribas.


3) Reflexão
• O Evangelho de hoje apresenta a parte final do sermão da montanha (a) não basta falar e cantar, é preciso viver e praticar (Mt 7,21-23). (B) a comunidade construída em cima do fundamento da nova lei do Sermão da Montanha ficará firme no momento da tempestade (Mt 7,24-27). (c) o resultado das palavras de Jesus nas pessoas é uma consciência mais crítica com relação aos líderes religiosos, os escribas (Mt 7,28-29).

• Este final do Sermão da Montanha explica algumas oposições ou contradições que continuam atuais até hoje em dia: (a) as pessoas que falam continuamente de Deus, mas se esquecem de fazer a vontade de Deus; usam o nome de Jesus, mas não traduzem na vida a sua relação com o Senhor (MT 7,21). (B) há pessoas que vivem na ilusão de estar a trabalhar pelo Senhor, mas no dia do encontro definitivo com Ele, descobrem tragicamente que nunca o conheceram (Mt 7,22-23). As duas palavras finais do Sermão da Montanha, da casa construída sobre a rocha (Mt 7,24-25) e da casa construída sobre a areia (Mt 7,26-27), ilustram estas contradições. Por meio delas Mateus denuncia e, ao mesmo tempo, trata de corrigir a separação entre fé e vida, entre falar e fazer, entre ensinar e praticar.


Mateus 7,21: não basta falar, é preciso praticar. O importante não é falar de forma bonita sobre Deus ou saber explicar bem a bíblia aos outros, mas é fazer a vontade do pai e, assim, ser uma revelação do seu rosto e da sua presença no mundo. A mesma recomendação foi dada por Jesus à mulher que elogiou a Maria a sua mãe. Jesus respondeu-lhe: "felizes os que ouvem a palavra de Deus e a colocam em prática" (Lc 11,28).


Mateus 7,22-23: os dons devem estar a serviço do Reino, da comunidade. Havia pessoas com dons extraordinários, como, por exemplo, o dom da profecia, do exorcismo, da cura, mas usavam esses dons para si mesmos, fora do contexto da comunidade. No julgamento, eles ouvirão uma dura sentença de Jesus: "Afaste-se de mim que pratica a iniquidade!". A iniquidade é o oposto da justiça. É a ver com Jesus o que alguns médicos fizeram com a lei: eles ensinaram mas não praticaram (Mt 23,3). Paulo dirá a mesma coisa com outras palavras e argumentos: "Se eu tivesse o dom da profecia, conhecendo as coisas secretas com todos os tipos de conhecimento, e tivesse muita fé para mover as montanhas, mas eu não tinha amor, não sou nada. Se distribuo tudo o que possuo aos pobres e se desisto do meu próprio corpo, mas não por amor, mas para receber o louvor, isso não me é útil ”(1Co 13,2-3).


Mateus 7,24-27: a parábola da casa na rocha. Para ouvir e colocar em prática, esta é a conclusão final do Sermão da Montanha. Muitas pessoas tentaram buscar sua segurança em presentes ou observâncias extraordinárias. Mas a verdadeira segurança não vem do prestígio, nem das observâncias, não vem de nada disso. Isso vem de Deus! Vem do amor de Deus que nos amou primeiro (1Jn 4,19). Seu amor por nós, manifestado em Jesus, supera tudo (Rm 8,38-39). Deus se torna uma fonte de segurança, quando tentamos fazer a vontade dele. Lá, Ele será a rocha que nos sustenta na hora das dificuldades e tempestades.



Mateus 7,28-29: ensinar com autoridade. O evangelista encerra o Sermão da Montanha dizendo que a multidão ficou impressionada com o ensinamento de Jesus, "ele ensinou com autoridade e não como os escribas". O resultado do ensino de Jesus é a consciência mais crítica das pessoas em relação às autoridades religiosas da época. Suas palavras simples e claras fluíram de sua experiência de Deus, de sua vida dada ao Projeto do Pai. As pessoas ficaram admiradas e aprovadas pelos ensinamentos de Jesus.



Comunidade: Casa Na Rocha. No livro dos salmos, com frequência encontramos a expressão: "Deus é a minha rocha a minha fortaleza (...) o meu escudo e o meu libertador" (sal 18,3). Ele é a defesa e a força daqueles que pensam na justiça E a procuram (sal 18,21.24). As pessoas que confiam neste Deus tornam-se rocha para os outros. Assim o profeta Isaías dirige um convite aos que estavam no cativeiro: " Ouçam-me vocês que anseiam pela justiça e que procuram a Jesus. Vejam a pedra de que foram esculpidos, e o corte na rocha de onde foram tirados. Vejam o Abraão, o seu pai, e a Sara, que os deu à luz " (Is 51,1-2). O profeta pede às pessoas que não se esqueça do passado. O povo deve se lembrar como Abraão e Sara pela fé em Deus se tornam rocha, o começo do povo de Deus.  Olhando para esta rocha, as pessoas ganharam coragem para lutar e sair do cativeiro. exorta as comunidades a ter essa mesma rocha como seu objetivo (Mt 7,24-25) e assim elas podem ser elas mesmas rocha para fortalecer seus irmãos e irmãs na fé. Este é o sentido do nome que Jesus deu a Pedro:

 "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja" (MT 16,18). Esta é a vocação das primeiras comunidades, chamadas a juntar-se a Jesus, a pedra viva, para Se virar, elas também, pedras vivas pela escuta e a prática da palavra (Obs 2,4-10; 2,5; Ef 2,19-22).

4) Para a reflexão pessoal
• Nossa comunidade como trata de equilibrar oração e ação, louvor e prática, falar e fazer, ensinar e praticar? O que deve melhorar, na nossa comunidade, para que seja rocha, casa segura e acolhedora para todos?

• Qual é a rocha que sustenta a nossa comunidade? Qual é o ponto em que Jesus insiste mais?

5) Oração final
Ajude-nos, Deus Salvador nosso,
Por amor da glória do teu nome;
Livrai-nos, apaga os nossos pecados
Por respeito ao seu nome. (sal 78)



Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
Comunidade Santa Teresa de Jesus (Curitiba-PR)
Província Nossa Senhora do Carmo

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