DOMINGO XXVIII DO TEMPO COMUM
Out 12, 2019 | Ano C
MISTAGOGIA DA PALAVRA
Deus não tem preferências. Todos os homens, independentemente da sua posição social, riqueza, religião ou cultura, são pertença do seu Reino. E são-no já aqui na terra. Pelo que, sendo os pobres abandonados es esquecidos da sociedade, Ele Se identificou com eles. O que é preciso é ter fé. Os milagres de Jesus supõem a fé: “A tua fé te salvou”. São sinais da presença salvadora do Reino de Deus e parte integrante da Boa Nova, que Cristo anunciou com palavras e obras.
A 1ª leitura é do II Livro do reis. O sírio Naamã vem ter com o profeta Eliseu e é curado da lepra. As relações entre Sírios e Judeus eram difíceis. Os dois povos guerreavam-se. Sendo assim, a vinda do general sírio, Naamã, até junto do profeta Eliseu para implora a cura da lepra que o atormenta supõe um grande espírito de humildade, o que só pela fé se alcança. Naamã não é só curado da lepra do corpo, mas também da lepra da alma. Do paganismo passou à fé no Deus único e verdadeiro. Ambas as curas foram concedidas gratuitamente: foram um dom do Senhor.
A 2ª leitura é da II Carta de S. Paulo a Timóteo. Paulo está preso em Roma. O que consola Paulo em situação tão difícil é o pensamento de que também Cristo passou pelos mesmos sofrimentos e incompreensões antes de entrar na glória do Pai. Também o mesmo acontece na vida de cada autêntico discípulo. Ma não deve perder a serenidade e a alegria no meio das críticas, incompreensões e até perseguições, com a certeza de que a mensagem de amor e de paz que anuncia dará fruto com abundância. É que a palavra de Deus não se deixa acorrentar.
A 3ª leitura, o Evangelho, é segundo S. Lucas. É a cura a distância de dez leprosos, dos quais um volta para agradecer a Jesus. Jesus lamentou-se do comportamento dos outros nove. Ele diz que o samaritano foi o único que deu glória a Deus, ou seja, o único que entendeu imediatamente que a salvação chega às pessoas através de Jesus. Foi o único que reconheceu não só o bem recebido, mas também o intermediário escolhido por Deus para comunicar os seus dons. Quis proclamar diante de todos o seu reconhecimento e a sua descoberta.
A PALAVRA DO EVANGELHO
Diante da Palavra
Vinde, Espírito Santo, abrir-nos as Escrituras e conceder-nos um coração agradecido.
Evangelho Lc 17, 11-19
Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus, para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».
Amigos e amigas, a Palavra de Deus deste domingo fala-nos do dom da cura e da importância de bendizer o Senhor pelos dons que d’Ele recebemos. É tão fácil sermos mal-agradecidos com Deus… Aprendamos a voltar cada dia atrás para dar glória a Deus.
Interpelações da Palavra
Dez leprosos
O Evangelho trata de uma realidade muito comum no tempo de Jesus: a lepra. A lepra, doença infeciosa sem cura no tempo de Jesus, era considerada um castigo de Deus. Os leprosos eram totalmente marginalizados da sociedade: tinham de ficar longe dos seus conterrâneos para não os contaminarem e deveriam gritar para anunciar a sua presença. E assim fizeram com Jesus. Mas estes homens, feridos pela doença e pelo desprezo que toda a sociedade tinha deles, saíram confiantes ao encontro de Jesus. Sabiam que aquele homem que por ali passava era diferente de todos os outros. Por isso saíram ao seu encontro gritando «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Estes homens sabem que Jesus é o único que os pode libertar de todos os males. A sua confiança é tão grande que os faz gritar em alta voz: «tem compaixão de nós». Só Jesus liberta, só Ele nos pode libertar de todas as “nossas lepras”, sejam elas de que tipo forem. Confiemos a Jesus as “nossas lepras”: todos os nossos sofrimentos, as nossas dúvidas, as nossas fadigas… confiemos tudo a Jesus e saibamos dizer como os dez leprosos: «Jesus, Mestre, tem compaixão de mim».
«Ide mostrar-vos aos sacerdotes»
De acordo com a lei de Moisés, os leprosos depois curados deveriam apresentar-se aos sacerdotes para o rito de purificação. Mas tal só depois de serem curados da lepra. No entanto, Jesus manda os leprosos apresentarem-se aos sacerdotes quando ainda não tinham sido curados. Só a caminho os dez ficaram livres da doença. Este pormenor diz-nos algo importante: que os dez leprosos tiveram fé em Jesus, que creram de todo o coração que Ele os livraria da lepra. Colocaram-se a caminho, acreditando que o seu pedido fora escutado por Jesus, ainda que vissem os seus corpos marcados com as feridas e com os sinais da lepra. A fé em Jesus e no seu poder foi maior que a evidência da doença. E comigo, como é? Tenho essa mesma fé que me faz crer ainda que nada tenha mudado, ainda que tudo continue na mesma? Creio apesar e independentemente de tudo ou deixo-me prender nos meus esquemas, ideias e racionalismos? Deixemo-nos interpelar por Jesus, confiemos que Ele é o Senhor da morte e da vida e, simplesmente, coloquemo-nos a caminho.
Gratidão
O Evangelho termina chamando-nos à atenção para a gratidão. Depois de todo o percurso de fé daqueles homens TODOS ficaram curados. Mas só um voltou para agradecer e bendizer a Deus. A alegria de ser curado levou esse homem a fazer o caminho inverso e agradecer Àquele que lhe possibilitou a cura. A alegria de nos sabermos curados por Jesus, de nos sabermos livres de tantas prisões que nos escravizam deve-nos fazer voltar atrás, deve-nos fazer retornar cada dia até Ele e dar-Lhe graças pelo bem que nos faz. Todos foram agraciados, mas só a um foi dito que a sua fé o havia salvo porque só um regressou para dar graças a Deus. Sejamos cada dia esse que regressa e, aos pés do Senhor, agradeçamos-lhe todas as graças que nos dá.
Rezar a Palavra
Senhor Jesus «tem compaixão de mim». Tu que vieste libertar-nos de tudo quanto não nos permite ser livres, «tem compaixão de mim». Enredo-me em tantas coisas que não me deixam ser livre, por isso te rezo: «tem compaixão de mim». Sei que só Tu me podes libertar. Pede, pois, o que quiseres que só isso quero. E assim, livre de tudo, poderei bendizer-Te eternamente pelas graças que me concedes. Amém.
Viver a Palavra
Durante esta semana vou fazer a revisão do dia que passou e agradecer as graças que o Senhor me concedeu.
Fonte: ALiturgia
Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
Comunidade Santa Teresa de Jesus (Curitiba-PR)
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