QUARTA-FEIRA DA SEMANA XXVIII DO TEMPO COMUM
Out 15, 2019 | Anos Ímpares
ROMANOS 2, 1-11
Não tens desculpa tu, ó homem, quem quer que sejas, que te armas em juiz. É que, ao julgares o outro, a ti próprio te condenas, por praticares as mesmas coisas, tu que te armas em juiz. Ora nós sabemos que o julgamento de Deus se guia pela verdade contra aqueles que praticam tais ações. Cuidas, então – tu, ó homem que julgas os que praticam tais ações e fazes o mesmo – que escaparás ao julgamento de Deus? Ou não estarás tu a desprezar as riquezas da sua bondade, paciência e generosidade, ao ignorares que a bondade de Deus te convida à conversão? Afinal, com a tua dureza e o teu coração impenitente, estás a acumular ira sobre ti, para o dia da ira e do justo julgamento de Deus, que retribuirá a cada um conforme as suas obras: para aqueles que, ao perseverarem na prática do bem, procuram a glória, a honra e a incorruptibilidade, será a vida eterna; para aqueles que, por rebeldia, são indócis à verdade e dóceis à injustiça, será ira e indignação. Tribulação e angústia para todo o ser humano que pratica o mal, primeiro judeu e depois grego! Glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu e depois para o grego! É que em Deus não existe acepção de pessoas.
Compreender a Palavra
Paulo elabora uma reflexão sobre a atitude de julgamento que tomamos todos. Não temos a verdade e julgamos os outros, então praticamos as mesmas ações. Só Deus pode julgar porque só ele conhece a verdade. Aquele que julga os outros será julgado também. O julgamento dos homens é condenação mas o julgamento de Deus é bondade, paciência e generosidade. Deus retribui a cada um segundo as suas obras mas ele não vê apenas o exterior nem as aparências, ele vê o interior onde está a perseverança e a docilidade na busca bem e na justiça. A recompensa de Deus não tem em conta se é judeu ou grego, porque Deus não faz distinção de pessoas.
Meditar a Palavra
“Não julgueis e não sereis julgados” diz Jesus. Paulo utiliza este argumento para vencer a atitude tão habitual de nos servirmos do julgamento para condenar os estranhos e inimigos e salvarmos os nossos, os que estão próximo, os do nosso grupo e os nossos amigos. Este critério não tem em conta a verdade. Deus não é assim, nem a sua atitude é de condenação fácil. Deus julga segundo a verdade, vê o esforço e a perseverança de cada um na busca do bem e da justiça e não faz distinção de pessoas. Ouvir esta palavra e pô-la em prática é aceitar um caminho de conversão que nos faça sair dos nossos critérios e olhar com bondade, paciência e generosidade para os outros, mesmo quando não pertencem ao nosso grupo de amizade. Julgar segundo os critérios humanos é fazer distinção fácil entre as pessoas e atrair para si o julgamento de Deus “a medida que usardes com os outros será usada convosco”.
Rezar a Palavra
Liberta-me, Senhor, do julgamento fácil que condena os irmãos apenas pela aparência ou pelo conhecimento superficial da realidade. Ensina-me a bondade, a paciência e a generosidade no olhar para os que são diferentes para ver neles o esforço da prática do bem e da busca da justiça e da verdade.
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EVANGELHO: LC 11, 42-46
Naquele tempo, disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e das saudações na praça pública! Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados, sobre os quais passamos sem o saber!». Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós». Jesus respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só dedo tocais nesses fardos!».
Compreender a Palavra
Jesus continua a conversa com o fariseu que o convidou para comer em sua casa. Pegando na lei que determina o pagamento do dízimo de alguns bens de cultivo e Jesus vai até ao mais íntimo do coração dos fariseus e doutores da lei que o escutam, para lhes mostrar que vivem na superficialidade. Pagam o dízimo, mas, não vêm os pobres. Pagam o dízimo, mas, não acolhem o amor de Deus nem praticam a justiça. Pagam o dízimo mas pretendem é a própria honra. Por isso estão vazios por dentro. São sepulcros branqueados. Esta afirmação é muito forte e até ofensiva. Os sepulcros são lugares impuros que tornam impuros, aqueles que por lá passam. Jesus está a dizer que os fariseus e os doutores da lei são caminho de impureza e não caminho para Deus, por isso se tornam um fardo pesado para os outros.
Meditar a Palavra
Sinto-me tocado pelas palavras de Jesus. Eu posso ser um lugar que leva os outros à impureza, ao mal, ao erro, à desgraça. Jesus chama-me a ser caminho para Deus, caminho de amor e de vida, de graça e de verdade, para que todos se encontrem com Deus pelo meu testemunho e adesão a Cristo. Andarei a fazer o caminho errado convencido de que vou na direção certa? Tenho que pensar muito nestas palavras de Jesus. Não quero ser um sepulcro branqueado que contamina e cheira a morte, quero ser fonte de vida.
Rezar a Palavra
Senhor Jesus, fala ao meu coração como falaste aos fariseus e doutores da lei. Eu quero ouvir as tuas palavras e converter o meu coração aos pobres e ao amor de Deus. Eu quero, Senhor, acolher a tua justiça e pô-la em prática em gestos concretos para com os mais desprezados.
Compromisso
Vou atender um pobre que precisa da minha ajuda e abrir o meu coração para o atender como manifestação do amor de Deus.
Fonte: Aliturgia
Fonte: Aliturgia
Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
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