sexta-feira, 13 de março de 2020

São José fundador e pai do Carmelo Descalço (Parte IV)

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·         Grandeza e santidade de São José

Dos fatos do matrimônio com Maria e da paternidade sobre Jesus, todos os teólogos deduzem a grandeza singular do Santo Patriarca. É sua uma grandeza e santidade únicas. A ninguém concedidas se não a Maria; e como ela, embora em menor grau, segundo muitos teólogos, José pertence à ordem hipostática, que se eleva acima de todos os anjos e santos.

É uma grandeza tal que exige alguns graus e amplitudes de santidade excepcionais, porque quando Deus escolhe alguém para um ofício ou ministério, à medida do mesmo dá os graus de santidade; e não há grandeza que se possa comparar com a de ser esposo de Maria e pai de Jesus.

Por ser esposo de Maria e se tratar de um matrimônio preparado e realizado por Deus, o Senhor o dotou de uma alma semelhante à de Maria, no dizer de São Bernardo; o enriqueceu com uma abundância de graças e virtudes, que está muito acima das concedidas aos homens e aos anjos. Em todo matrimônio bem feito se busca que haja certa igualdade, quanto mais naquele que faz o próprio Deus, que tanto obriga a razão; por isso São José é virgem, como Maria, e é jovem quando  desposa com ela. Basta pensar na grandeza, na santidade, na plenitude de graça de Maria para deduzir a santidade e abundância de graça de José.

Graça e santidade nas quais José não deixou de crescer de uma maneira rápida e altíssima pelo contínuo contato com Maria e com Jesus, já que, segundo o princípio tão repetido pelo senso comum, tanto mais alguém participa do calor do fogo quanto mais se aproxima dele, e tanto mais abundantemente se bebe da fonte quanto mais dela se aproxima.

Por ser pai de Jesus, se exige que tenha uma santidade digna de tal ofício e ministério. Todas as prerrogativas de santidade e virtudes de São José têm sua origem e explicação na grandeza de sua paternidade sobre Jesus. Ao ser esta o ofício e ministério de maior altura na Igreja, coloca São José imediatamente junto ao trono de Deus; sua santidade e virtudes são enormemente superiores às de todos os santos anjos. Deus Pai pôs nele generosamente todas as virtudes e dons, ainda aqueles que parecem contraditórios, como virgindade e matrimônio... Enquanto a outros santos são repartidos os dons, a alguns alguns e a outros outros, a São José deu todos, o bom e o melhor, e sem medida.

·         Privilégios de São José

Os teólogos não somente deduzem dos dados evangélicos a santidade e virtudes singulares de São José por sua condição de esposo de Maria e pai virginal de Jesus, mas levam mais longe a força do raciocínio e pregam do Santo uma série de privilégios semelhantes aos de Maria.

·         Poder de intercessão de São José

O poder de intercessão de São José é único, depois do de Maria. As razões teológicas do mesmo recolheu Santa Teresa em seu panegírico josefino do capítulo VI do Livro da Vida: porque é pai de Jesus e esposo de Maria. Se São José mandava a Jesus como filho na terra e Este o obedecia, como a filho o segue mandando no céu; seus pedidos são ordens. Como disse Jean Gerson (1363-1429): São José não pede, manda; não roga, ordena; porque o pedido do marido à mulher e do pai ao filho se considera uma ordem.

Este poder de intercessão não é apenas em algumas necessidades, mas em todas, pois se trata do poder perante Jesus, do qual tudo depende; é Santo poderoso não só para alguns mas para todos, para toda a Igreja, que crê e confia nesse poder. Essa fé expressou Pio IX declarando-o Patrono da Igreja Universal, em 8 de dezembro de 1870. E ainda que a festa tenha sido suprimida mais tarde a nível de Igreja universal, continua sendo porém sempre verdadeiro que São José seja patrono e protetor particular da Igreja, já que como pai da mesma, dado que é pai de Jesus, Cabeça desta Igreja, corresponde a este patronato e proteção, proporcionalmente ao que corresponde Maria, por ser Mãe da Igreja, o título de Patrona e Protetora da mesma.

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