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Grandeza e
santidade de São José
Dos fatos do matrimônio
com Maria e da paternidade sobre Jesus, todos os teólogos deduzem a grandeza singular
do Santo Patriarca. É sua uma grandeza e santidade únicas. A ninguém concedidas
se não a Maria; e como ela, embora em menor grau, segundo muitos teólogos, José
pertence à ordem hipostática, que se eleva acima de todos os anjos e santos.
É uma grandeza tal que exige alguns graus e amplitudes de santidade excepcionais, porque quando Deus escolhe alguém para um ofício ou ministério, à medida do mesmo dá os graus de santidade; e não há grandeza que se possa comparar com a de ser esposo de Maria e pai de Jesus.
Por ser esposo de Maria e
se tratar de um matrimônio preparado e realizado por Deus, o Senhor o dotou de
uma alma semelhante à de Maria, no dizer de São Bernardo; o enriqueceu com uma
abundância de graças e virtudes, que está muito acima das concedidas aos homens
e aos anjos. Em todo matrimônio bem feito se busca que haja certa igualdade,
quanto mais naquele que faz o próprio Deus, que tanto obriga a razão; por isso
São José é virgem, como Maria, e é jovem quando desposa com ela. Basta pensar na grandeza, na
santidade, na plenitude de graça de Maria para deduzir a santidade e abundância
de graça de José.
Graça e santidade nas
quais José não deixou de crescer de uma maneira rápida e altíssima pelo
contínuo contato com Maria e com Jesus, já que, segundo o princípio tão
repetido pelo senso comum, tanto mais alguém participa do calor do fogo quanto mais
se aproxima dele, e tanto mais abundantemente se bebe da fonte quanto mais dela
se aproxima.
Por ser pai de Jesus, se
exige que tenha uma santidade digna de tal ofício e ministério. Todas as
prerrogativas de santidade e virtudes de São José têm sua origem e explicação
na grandeza de sua paternidade sobre Jesus. Ao ser esta o ofício e ministério de
maior altura na Igreja, coloca São José imediatamente junto ao trono de Deus;
sua santidade e virtudes são enormemente superiores às de todos os santos
anjos. Deus Pai pôs nele generosamente todas as virtudes e dons, ainda aqueles
que parecem contraditórios, como virgindade e matrimônio... Enquanto a outros
santos são repartidos os dons, a alguns alguns e a outros outros, a São José
deu todos, o bom e o melhor, e sem medida.
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Privilégios de São
José
Os teólogos não somente
deduzem dos dados evangélicos a santidade e virtudes singulares de São José por
sua condição de esposo de Maria e pai virginal de Jesus, mas levam mais longe a
força do raciocínio e pregam do Santo uma série de privilégios semelhantes aos
de Maria.
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Poder de
intercessão de São José
O poder de intercessão de
São José é único, depois do de Maria. As razões teológicas do mesmo recolheu
Santa Teresa em seu panegírico josefino do capítulo VI do Livro da Vida: porque é
pai de Jesus e esposo de Maria. Se São José mandava a Jesus como filho na terra
e Este o obedecia, como a filho o segue mandando no céu; seus pedidos são ordens.
Como disse Jean Gerson (1363-1429): São José não pede, manda; não roga, ordena;
porque o pedido do marido à mulher e do pai ao filho se considera uma ordem.
Este poder de intercessão
não é apenas em algumas necessidades, mas em todas, pois se trata do poder perante
Jesus, do qual tudo depende; é Santo poderoso não só para alguns mas para
todos, para toda a Igreja, que crê e confia nesse poder. Essa fé expressou Pio
IX declarando-o Patrono da Igreja Universal, em 8 de dezembro de 1870. E ainda
que a festa tenha sido suprimida mais tarde a nível de Igreja universal, continua
sendo porém sempre verdadeiro que São José seja patrono e protetor particular
da Igreja, já que como pai da mesma, dado que é pai de Jesus, Cabeça desta
Igreja, corresponde a este patronato e proteção, proporcionalmente ao que corresponde
Maria, por ser Mãe da Igreja, o título de Patrona e Protetora da mesma.
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