SEXTA-FEIRA DA SEMANA XX DO TEMPO COMUM
Ago 23, 2019
No tempo em que os
juízes governavam, houve uma fome no país. Certo homem deixou Belém de Judá e
emigrou para os campos de Moab, com a mulher e dois filhos. Ele chamava-se
Elimelec e a mulher Noemi. Elimelec, marido de Noemi, faleceu e ela ficou só
com os seus dois filhos. Ambos casaram com esposas moabitas, uma chamada Orpa e
a outra Rute. Permaneceram lá cerca de dez anos. Entretanto os filhos também
morreram e Noemi ficou só, sem os dois filhos e sem o marido. Resolveu então
voltar dos campos de Moab, juntamente com as noras, por ter sabido, nos campos
de Moab, que o Senhor tinha abençoado o seu povo, dando-lhe pão. Orpa
despediu-se da sogra e voltou para o seu povo; mas Rute ficou com Noemi.
Disse-lhe Noemi: «Olha que a tua cunhada voltou para o seu povo e para o seu
deus. Vai também com ela». Rute respondeu-lhe: «Não insistas comigo, para que
te deixe e me afaste de ti, pois irei para onde fores e viverei onde viveres. O
teu povo será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus». Foi assim que Noemi
regressou dos campos de Moab, trazendo consigo sua nora Rute, a moabita.
Chegaram a Belém no início da ceifa da cevada.
Compreender a Palavra
Inicia-se a leitura
do Livro de Rute. Trata-se de um livro muito interessante que nos leva ao
coração generoso de uma mulher e à genealogia de Jesus. Noemi, viúva de
Elimelec, mãe de dois filhos que se casam com mulheres moabitas Orpa e Rute.
Tendo elas ficado viúvas, Noemi decide voltar para a sua terra e o seu povo, de
onde se afastara por causa da fome. Nesta decisão é acompanhada por Rute que
lhe dedica uma profunda amizade. Mesmo com a insistência de Noemi, Rute não
pretende deixá-la: “irei para onde fores e viverei onde viveres. O teu povo
será o meu povo e o teu Deus será o meu Deus”. Começa aqui uma história que
insere Rute na genealogia de Jesus por vir a ser a avó do pai de David rei de
Israel.
Meditar a Palavra
Ao ler este pequeno
texto do livro de Rute e conhecendo a sua história podemos perceber que Deus
escreve a sua história na história dos homens. Através de situações dolorosas,
a morte de Elimelec e dos seus dois filhos, ficando três mulheres viúvas, Deus
vai orientando esta mulher, Rute, de coração bom e generoso para fazer dela uma
das mulheres de quem nascerá o Messias. Esta mulher é uma estrangeira, moabita,
de um povo rejeitado por Israel. Mas, ainda assim, Deus não a rejeitou e
preparou para ela um caminho e deu-lhe um filho pelo qual ela se tornou
importante para a história do povo de Deus e para a história da salvação.
Podemos perceber nesta história que a generosidade é sempre recompensada e que
Deus não escolhe segundo os nossos critérios, mas, segundo o seu coração. Por
outro lado, a vocação desta mulher realiza-se entre os pequenos gestos de cada
dia. Acolhe a sogra, acompanha-a de regresso à sua terra, trabalha para a
sustentar, segue os seus conselhos. Pequenas coisas onde Deus está presente.
Rezar a Palavra
Um coração generoso,
capaz de acolher os outros nas suas fragilidades é tudo o que te peço, Senhor.
Um coração como o de Rute que, podendo seguir o seu caminho como Orpa, decidiu
dedicar a sua vida à sogra, indo habitar numa terra estrangeira e seguindo um
Deus desconhecido para ela. Dá-me esse coração para que também eu participe
dessa história na qual salvas os homens através de gestos simples do
quotidiano.
Compromisso
Quero ver a ação de
Deus na vida de homens e mulheres estrangeiros, diferentes e impensáveis como o
fez através de Rute.
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EVANGELHO: MT 22, 34-40
Naquele tempo, os
fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em
grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual
é o maior mandamento da Lei? ». Jesus respondeu: « ‘Amarás o Senhor teu Deus
com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é
o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás
o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e
os Profetas».
Compreender a Palavra
O texto, de
configuração simples, vem na sequência de vários encontros de Jesus com
diversos grupos sociais daquele tempo. Estão em cena os fariseus que ouvindo
falar do insucesso dos saduceus querem experimentar Jesus. A questão colocada é
simples mas tem um objetivo destrutivo, é para o experimentarem. «Mestre, qual
é o maior mandamento da Lei? ». A resposta de Jesus também é simples e reclama
a autoridade da Lei e dos Profetas: “Amarás…”
Meditar a Palavra
Saduceus e fariseus
aproximam-se de Jesus, enviados de Herodes e doutores da Lei questionam-no
porque reconhecem nele uma autoridade doutrinal que não encontram em mais
ninguém, pois eles estão em oposição uns com os outros. Jesus surge no centro
das discussões, religiosas, sociais e políticas. Todos gostavam de contar com
Jesus do seu lado, mas todos perceberam que ele não está do lado de ninguém.
Quem quiser, há de segui-lo e não o contrário. As perguntas são lhe feitas como
armadilhas mas também por reconhecimento da sua autoridade. A questão que é
colocada pelo fariseu é importante, porque pergunta a Jesus sobre qual é o
mandamento que deve estar no centro de uma vida a dar-lhe sentido e orientação.
Todos os mandamentos são importantes, mas qual é o que estrutura uma vida? A
resposta de Jesus esclarece uma vez mais que ele não veio revogar a Lei mas
dar-lhe pleno cumprimento. O desafio é colocar todos os mandamentos, todas as
leis e preceitos em poucas palavras. Jesus aponta para o centro da pessoa, para
as suas dimensões fundamentais, “o coração, a alma e a mente”. A dimensão
afetiva, espiritual e intelectual do homem estão centradas em Deus e no próximo
numa relação de amor. O segundo mandamento não devia ser necessário referi-lo
porque no amor a Deus já está incluído o amor a si mesmo e ao próximo. Jesus
explicita-o para que fique claro que não é possível um sem o outro.
Rezar a Palavra
Amar a Deus, parece
um exercício fácil, Senhor, porque basta um olhar sincero sobre a vida para
perceber que de Deus tudo o que nos chega é bom e a ele devemos tudo o que
somos e temos. Mesmo os não crentes reconhecem que não são os autores de tantas
maravilhas e que o mais importante nos chega gratuitamente. Amar o irmão, numa
sociedade que se rege pela rivalidade, a concorrência num ambiente de
individualismo feroz, isso sim, é difícil. Amar parece ser um exercício de
loucura, sobretudo quando temos a sensação nítida de estar a gastar o nosso
tempo e a perder a nossa vida por causa dos outros e, tantas vezes, inutilmente.
Ensina-me, Senhor, a amar sem esperar o lucro e a deixar que a força do amor
domine toda a minha vida, coração, alma e mente.
Compromisso
Hoje quero aprender a
amar.
Fonte: Pastoral Litúrgica
Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
Comunidade Santa Teresa de Jesus (Curitiba-PR)
Província Nossa Senhora do Carmo
FaceBook: OCDS
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Blogspot: Comunidade
Santa Teresa de Jesus
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