LECTIO
DIVINA - 2019-07-29 T C 17ª SEMANA 1ª DO SALTÉRIO
2ª
feira – Ano C – A Liturgia – Santa Marta
NOTA
HISTÓRICA
Marta era irmã de Maria e de Lázaro.
Quando recebia o Senhor em sua casa de Betânia, próximo de Jerusalém, servia-O
com grande diligência, e com suas orações obteve a ressurreição de seu irmão.
PRIMEIRA
LEITURA (APROPRIADA) 1JO (1 JOÃO) 4,
7-16
Caríssimos: Amemo-nos uns aos outros,
porque o amor vem de Deus; e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a
Deus. Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. Assim se manifestou
o amor de Deus para conosco: Deus enviou ao mundo o seu Filho Unigênito, para
que vivamos por Ele. Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus,
mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho como vítima de expiação pelos
nossos pecados. Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos
uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amarmos uns aos outros, Deus
permanece em nós e em nós o seu amor é perfeito. Nisto conhecemos que estamos
n’Ele e Ele em nós: porque nos deu o seu Espírito. E nós vimos e damos
testemunho de que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. Se alguém
confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós
conhecemos o amor que Deus nos tem e acreditamos no seu amor. Deus é amor: quem
permanece no amor permanece em Deus, e Deus permanece nele.
COMPREENDER A PALAVRA
S. João tece um entramado de relações
em torno do amor. Deus é amor, o amor que nos amou primeiro, que enviou o seu
filho para vivermos por ele, que permanece em nós e pelo qual conhecemos a Deus
e somos por ele conhecidos, que se dá totalmente e perdoa os nossos pecados.
Perante um amor assim, não podemos resistir, mas somos atraídos de modo a
amarmos nós também assim, a Deus e uns aos outros, num amor perfeito como o de
Deus que se inspira na doação de nós mesmos, num estar porque sim como o
Espírito. Este amor vê-se, confessa-se, testemunha-se e vive-se.
MEDITAR A PALAVRA
O amor é uma experiência de encontro e
doação total. Um encontro que faz o outro permanecer em nós e nos faz
permanecer no outro para lá de toda a qualquer circunstância feliz ou adversa.
A permanência é um estado de alma, de coração, que envolve o outro a ponto de
se tornar um eu. Aquele que ama permanece de tal no outro que a razão da sua
vida é amar o outro a ponto de se amar a si mesmo no amor do outro. Esta é a
experiência de Deus que, é Deus na medida em que ama e, se pudéssemos dizer,
diríamos que ele é mais Deus na medida em que ama cada vez mais. Não podemos
dizê-lo de Deus mas podemos dizê-lo de nós. Somos cada vez mais nós mesmos (e
isto é, somos o que Deus espera que sejamos) na medida em que nos amamos uns
aos outros cada vez mais. Por isso, amando a partir de Deus que permanece em
nós, o amor em nós é perfeito como o de Deus. A esta perfeição havemos de
chegar quando purificarmos o amor de toda a expectativa, de todo o interesse,
de toda a utilidade, de toda a matéria e ficar apenas o amor.
REZAR
A PALAVRA
Concede-me, Senhor, a graça de poder
amar sem medida, a graça de vencer todos os obstáculos que me impedem a
liberdade do coração para amar o irmão, a graça de amar por amar sem qualquer
interesse, utilidade ou expectativa, a graça de amar o que não é amável para
ser perfeito no amor.
COMPROMISSO
Quero purificar a minha forma de amar o
outro para poder amar como Deus ama. _____________________
TEXTO
DO EVANGELHO: JO (JOÃO ) 11, 19-27
Naquele tempo, muitos judeus tinham ido
visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão.
Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro,
enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se
estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas eu sei que, mesmo agora, tudo
o que pedires a Deus, Ele To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão
ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição
do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita
em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em
Mim nunca morrerá. Acreditas nisto? ». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que
Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».
COMPREENDER A PALAVRA
A narração insere-se no drama da morte
eminente de Jesus. Os inimigos querem matá-lo e Jesus afirmou que vai entregar
a vida mas volta a retomá-la, a sua morte não significa perder a vida mas
ganhá-la. Neste contexto surge a informação da doença de Lázaro, amigo de
Jesus, e posteriormente a sua morte. Jesus decide visitar Marta e Maria, irmãs
do defunto, que já está há quatro dias no sepulcro quando Jesus chega a
Betânia. No diálogo com Jesus, Marta apresenta a Jesus a situação desde a sua
confiança nele: “se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido”. Mas reconhece
que em Jesus a realidade não termina aqui “Mas eu sei que, mesmo agora, tudo o
que pedires a Deus, Ele To concederá”. É uma afirmação interessante mas sem o
verdadeiro alcance da fé, por isso Jesus insiste com ela até que seja capaz de
fazer uma profissão de fé na ressurreição. “Eu sou a ressurreição e a vida…
Acreditas nisto?”. Tudo o que Maria sabia sobre a ressurreição torna-se agora
fé em Jesus Cristo como aquele que tem poder sobre a morte. Ele é aquele que
pode dar a vida e retomá-la e mostra-o ressuscitando Lázaro.
MEDITAR
A PALAVRA
“Se Deus existisse isto… não tinha
acontecido”. Esta é muitas vezes a nossa afirmação diante da morte. É difícil
entender este mistério sem a presença de Jesus. A fé na ressurreição não é uma
moda dos dias de hoje. Pelo contrário, o homem contemporâneo está interessado
em respostas mais rápidas, mais imediatas e, se possível, que passem ao lado do
sofrimento. Jesus oferece a vida, Ele é a vida, mas não nos priva da
possibilidade do sofrimento porque seria impedir-nos de fazer um verdadeiro
amadurecimento da fé. Crer nele não é acreditar que nos livra da morte, mas
acreditar que mesmo quem esteja morto viverá eternamente.
REZAR A PALAVRA
Senhor, eu creio que tu és a
ressurreição e a vida. Creio que na minha morte me encontro com a vida que vem
de ti. Creio que nada pode separar-me do teu amor que é vida eterna. Creio que
ainda que esteja morto hei de viver porque para ti todos os seres vivem. Tu és
Deus de vivos e não de mortos. Senhor, eu creio mas aumenta a minha fé para que
não me entristeça como os pagãos mas permaneça na esperança de que o Pai estará
em mim, para me ressuscitar, no mesmo poder com que esteve na tua
ressurreição.
COMPROMISSO
O meu olhar, hoje, não será um olhar de
tristeza, mas, de esperança.
Ordem dos Carmelitas Descalços Seculares
Comunidade Santa Teresa de Jesus (Curitiba-PR)
Província Nossa Senhora do Carmo
FaceBook: OCDS
Província Nossa Senhora do Carmo
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